Por que devemos falar sobre isso?
O preconceito linguístico está atrelado às diferenças dentro de um mesmo idioma, e se revela quando um indivíduo acredita que seu modo de falar é superior ao de indivíduos de outra regionalidade ou classe social. Não se respeitam, assim, as variações linguísticas de sotaque ou regionalismo, as características de dialetos e as gírias, dentre outras diferenças ligadas a determinados grupos.
Dentre as causas que geram o preconceito linguístico, a questão socioeconômica também é fator a ser pautado, pois ela está relacionada condição regional do indivíduo, que, muitas vezes, é estereotipada e atrelada a dificuldades da região em que se vive, a exemplo da baixa escolaridade. Nas telas, além do caso anteriormente citado, já vimos situações parecidas, em que personagens humorísticos são tratados com vários estereótipos, agregando diversos tipos de preconceito.
Assim como em programas de grande audiência, esse tipo de ridicularização de pessoas, devido a suas características, ocorre diariamente fora das telas. A parte da sociedade que não está inserida no padrão visto como aceitável está sujeita a sofre com atitudes preconceituosas, por vezes se excluído, sendo excluída ou sentindo a necessidade de mudar algo que vem da sua raiz cultura, por achara que isso pode fazer com que haja aceitação dos demais.
O preconceito linguístico é um meio de exclusão social
Porque o preconceito linguístico é um mal para a sociedade?
Existem diversas causas que geram o preconceito linguístico, como a condição socioeconômica, regional e cultural dos indivíduos.
Isso traz algumas consequências negativas para a sociedade como um todo e especialmente para as pessoas que utilizam outras formas de expressão, como é o caso dos surdos. Isso significa, por exemplo, maior exclusão social e segregação, o que acaba acentuando as demais discriminações
Não julgue alguém que não saiba escrever tão bem quanto você, primeiro, entenda seu contexto social. Criticar sem antes conhecer, é preconceito
Como a principal causa do preconceito linguístico é a crença de que só existe um tipo certo de expressão, pessoas que não se encaixam no padrão são vistas como erradas e podem, por consequência, serem vítimas de preconceito linguístico. Algumas das consequências para essas pessoas podem ser:
Além disso, é evidente que o fato de existir uma variante padrão faz com que as demais sejam desprestigiadas, gerando o preconceito linguístico. Esse tipo de preconceito – pouco discutido no Brasil – acentua ainda mais a desigualdade social no país, pois a língua está totalmente ligada à estrutura e aos valores da sociedade, e os falantes da norma culta são aqueles que apresentam maior nível de escolaridade e poder aquisitivo. Os indivíduos que sofrem discriminação linguística tendem a desenvolver problemas de sociabilidade e, até mesmo, psicológicos.
Combate ao preconceito linguístico
Fica claro, portanto, que a língua é um fator decisivo na exclusão social. Por isso, o preconceito linguístico deve ser admitido e combatido. Primeiramente, as escolas deveriam fazer uma abordagem mais aprofundada sobre esse tema, além de ensinar, nas aulas de Português, todas as variantes existentes na língua. A mídia deveria parar de estereotipar os personagens de acordo com a sua maneira de falar e poderia investir em campanhas que ajudem a desconstruir o preconceito linguístico. Afinal, ser um “bom” falante é ser poliglota na própria língua.